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Publicada na edição do Jornal da Madeira de 6 de Abril de 2013
1. Francisco I, o novo Papa
O Papa Emérito, Bento XVI, distinguiu-se pela sabedoria, lucidez e profundidade do seu pensamento. Tinha a postura, a distinção e a elegância de um verdadeiro Príncipe da Igreja. Assim chegou à sédia pontifícia, assim resignou. A sua lucidez levou-o ao ponto de reconhecer que lhe faltavam as forças e o vigor para continuar o seu ministério de mais alto responsável pelos destinos da Igreja Católica. Que bela lição de desprendimento e responsabilidade!
O novo Pontífice, cuja sintonia com o Papa Emérito me parece evidente, reúne um ineditismo invulgar que, desde logo, o coloca numa posição ímpar na História da Igreja: é o primeiro cujo nome se inspira num santo que cultivou, em elevado grau a defesa dos pobres; é o primeiro Papa originário da América Latina; e é o primeiro Bispo de Roma saído da Companhia de Jesus. Três primazias que podem inspirar um surpreendente programa de acção à frente dos destinos da Igreja. Informal e desprendido, Francisco I vem dando sinais de que o Espírito Santo esteve presente no Conclave que o elegeu.
2. Sócrates igual a si próprio
Se, como dizem, Sócrates tem estado a estudar em Paris, então não aprendeu nada, não mudou nada. Continua igual a si próprio. Com os mesmos defeitos, com os mesmos vícios, agora acrescidos da irresponsabilidade demonstrada, quer no timing do seu regresso, quer na “narrativa” que utilizou para defender o indefensável.
Por aquilo que disse na entrevista à RTP1 – que propositadamente não vi, mas teve a mais ampla cobertura dos OCS – ficou-se a perceber que o seu regresso não foi determinado por nada de nobre ou construtivo, mas apenas por um vil desígnio de vingança e de branqueamento da sua prestação enquanto primeiro-ministro. Com os estudos em Paris, Sócrates não aprendeu nada, parece mesmo que regrediu, na medida em que perdeu completamente a noção de que os portugueses são capazes de distinguir a verdade da mentira e de que não se deixarão iludir, de novo, por figuras de retórica e por um argumentário que muito fica a dever à lógica e à isenção e objectividade de análise. Sócrates, que enganou muita gente durante seis anos de governo, é ingénuo ao ponto de pensar que vai continuar a enganar os portugueses, a “vender gato por lebre”.
Perdido o esplendor do poder, que usou e de que abusou a seu bel-prazer, hoje, Sócrates não passa, afinal, de um charlatão, arrogante, convencido, orgulhoso, irresponsável e vingativo, incapaz de reconhecer os seus erros e de pedir perdão pelo mal que fez aos portugueses. Tudo como dantes: mentira sistemática, “teatro” e tacticismo permanente. Dele não se pode esperar outra coisa.
3. Intempéries: dois pesos, duas medidas
Os Arquipélagos da Madeira e dos Açores têm sido fustigados por intempéries que têm afectado gravemente as pessoas e bens de ambas as Regiões Autónomas. Volto a este assunto porque notei, a propósito do mau tempo que atingiu recentemente algumas ilhas dos Açores, a diferente maneira como os órgãos de comunicação social e alguns especialistas em questões de ambiente e urbanismo se têm pronunciado sobre os mesmos fenómenos da natureza, quer se trate da Madeira, quer se trate dos Açores.
Se a fúria dos elementos se faz sentir na Madeira e provoca derrocadas, aluimentos de terras, interrupção de vias de comunicação, destruição ou danificação de casas e de equipamentos de utilização colectiva, se faz transbordar as ribeiras e, consequência extrema, desaloja famílias ou ceifa vidas, a culpa é das obras da “Madeira Nova” e do desregramento urbanístico consentido pelas autoridades regionais e autárquicas. Tudo é imputável à acção dos homens, não relevando a anormalidade das condições atmosféricas, nem a morfologia característica das nossas ilhas.
Se a fúria dos elementos se faz sentir nos Açores com efeitos semelhantes ou mais devastadores, então isso fica a dever-se à natureza dos solos, à inclinação dos terrenos, às contingências próprias de um clima mais austero, ao acaso, quiçá à vontade divina, mas nada é imputável à intervenção do homem, nem muito menos à actuação das autoridades locais ou regionais.
É a lógica subjacente à ideia de que uma das Regiões é exemplar, a outra cheia de defeitos e vícios e que, por isso, uma deve ser beneficiada, a outra penalizada.