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Artigo de opinião publicado na edição do JM de 07 de Setembro de 2016.
Antes de existir a cidade do Funchal (21.08.1508), já havia sido instituída a Santa Casa da Misericórdia do Funchal (27 de Julho de 1508). Podemos dizer, sem margem de erro, que a Santa Casa é a mais antiga instituição da Região Autónoma da Madeira, contando com mais de cinco séculos de existência. O seu 508.º Aniversário acontece precisamente no Ano Jubilar da Misericórdia, que se celebra por iniciativa e sob os auspícios de Sua Santidade o Papa Francisco.
Perante tão feliz coincidência, a Mesa da Santa Casa comemorou o seu 508º Aniversário com a realização da Conferência “misericórdia – Misericórdias”, a que se dignou presidir Sua Excelência Reverendíssima o Bispo do Funchal e em que intervieram o Provedor da Santa Casa, Dr. Jorge Spínola, com palavras de abertura, o Presidente do Instituto de Segurança Social, em representação do Governo Regional, e o Senhor D. António Carrilho. Foram oradores convidados a Dra. Graça Alves, que dissertou sobre o tema “Rostos de Deus (Olhares de Misericórdia) e o Dr. António Tavares, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, que escalpelizou o tema “Misericórdias de Portugal: novos desafios, novas oportunidades”. No mesmo dia 27 de Julho, o Senhor Bispo efectuou uma visita pastoral à Santa Casa, que culminou com a celebração da Eucaristia. Tudo como foi oportunamente noticiado pelo JM.
Os madeirenses, em geral, desconhecem a acção desenvolvida pelas Misericórdias. Por isso é oportuno sublinhar que, no caso do Funchal, estamos perante uma instituição secular com um património ímpar de bem-fazer. Na área da saúde e no campo do apoio aos idosos, a Santa Casa tem uma história de relevantes serviços prestados aos mais necessitados. Durante séculos, o hospital da Misericórdia foi o único ao serviço da população da cidade. Primeiro instalado onde é hoje a sede do Governo Regional, depois no Hospital dos Marmeleiros. Quanto ao apoio aos mais idosos, a Santa Casa mantém activo o lar de terceira idade instalado no seu edifício-sede e, em 2005, assumiu a gestão dessa unidade exemplar que é o Lar Jardim do Sol, no Caniço. Tem em projecto a construção de um novo lar moderno e funcional em terreno adjacente à sua actual sede, que espera pela indispensável ajuda pública e pela generosidade de particulares para se iniciarem as respectivas obras, enquanto a respectiva Mesa analisa novas formas de acção que respondam aos desafios com que se defronta a Misericórdia do Funchal no presente e no futuro.
Esta notável obra de bem-fazer, espiritual e material, que a Misericórdia do Funchal vem realizando ao longo dos séculos que leva de existência, só tem sido possível graças à misericórdia de um número incontável de pessoas e instituições. Todas elas merecem uma palavra de gratidão, em especial os irmãos e aqueles que integraram e integram a sua Mesa, graciosamente, muitas vezes através de privações e sacrifícios que só os próprios - e Deus - saberão avaliar.
Advirto, no entanto, para o facto de não ser a primeira vez que, ao longo dos séculos, pairam nuvens negras sobre as Misericórdias. Espero, pois, que a senha estatizante do poder político central não venha embaraçar o valioso papel que as Misericórdias realizam em prol do bem comum.