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Artigo de opinião publicado na edição do JM de 07 de Novembro de 2016
Andar a pé, além de fazer bem ao corpo, deleita o espírito e constitui uma fonte inesgotável de conhecimento e desmistificação. Tomemos por área de caminhada a cidade do Funchal. É andando a pé que se vê que a cidade já não é a mesma que em anos sucessivos mereceu o galardão de cidade mais limpa da Europa: por toda a parte acumula-se o lixo feito de papel, pastilhas elásticas, dejectos de animais, pontas de cigarro, etc. Caminhando pelas ruas da cidade, tanto na baixa, como nas zonas habitacionais da meia encosta, encontramos pavimentos polidos pelo uso ou esburacados, que constituem um permanente risco de queda. É nesses percursos pedestres que tropeçamos frequentemente em perigosas irregularidades dos passeios, empoados pelo efeito das raízes das árvores ou por arranjos ou obras recentes que esperam tempos e tempos para serem removidos os resíduos de materiais e devidamente acabadas. Andando por aí, é que se vê o cano rôto vertendo água dias e semanas até que seja reparado, com o inerente desperdício e risco para os transeuntes e manutenção dos caminhos, é que se dá pela fonte cuja torneira pinga dia e noite, pelas adufas mal tapadas ou mesmo perigosamente esburacadas. Caminhando a pé, sentimos as dificuldades de circulação que nos criam as obras em curso, com andaimes de onde caiem resíduos de materiais e água, sem a segurança e protecção adequada para os peões; deparamo-nos com passadeiras mal colocadas ou pouco visíveis, devido ao desgaste da respectiva pintura; vemos o espectáculo negativo e por vezes chocante de prédios inacabados, ou desabitados, nalguns casos, ocupados indevidamente por marginais que perturbam gravemente as relações de vizinhança ou a segurança das pessoas e dos estabelecimentos próximos; o mesmo com prédios em ruína, carentes de uma intervenção reabilitadora por parte do município. Andando a pé, também nos apercebemos das dificuldades com que se defrontam os automobilistas, turistas ou vindos do campo, para detectarem onde se localizam as máquinas emissoras dos tickets de estacionamento, cujo aspecto foi camuflado por arte urbana, tão ao gosto dos executivos camarários de esquerda, que normalmente se socorrem da criatividade dos outros…
Temos uma câmara que se preocupa com o que não é da sua competência, que gasta o dinheiro dos munícipes em publicidade enganosa e em duplicação de estruturas e serviços, que consome o tempo dos seus dirigentes em retórica e em artifícios meramente demagógicos, que só pensa na comodidade dos motares, mesmo sem os ouvir, e dos ciclistas, que acarinha os empreendedores virtuais, que está transformada numa delegação do Turismo de Portugal, mas que votou ao abandono o munícipe que anda a pé e a cidade, cujo melhor cartão de visita é a sua limpeza.
É certo que quem anda de carro ou, pior, de mota, não vê nada disto!