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Artigo de opinião publicado na edição do JM de 23 de Setembro de 2017
Como assim? Perguntarão os leitores. De facto, parece pouco verosímil associar duas realidades tão distintas. É certo que, do ponto de vista dos objectivos e organização, o CINM e a Autoeuropa têm pouco a ver entre si. Mas se olharmos ao impacto que estas duas entidades têm sobre o meio em que actuam, passaremos a perceber porque é que considero a nossa Zona Franca uma espécie de “Autoeuropa” da Região Autónoma da Madeira. E se olharmos para os processos de destruição que lhes movem certas forças políticas, então a similitude torna-se evidente.
Quanto ao impacto sobre o meio em que desenvolve a sua actividade, a Autoeuropa, para além de ser uma empresa exemplar do ponto de vista social, tem uma enorme relevância em termos de emprego, já que dispõe de 3 295 trabalhadores ao seu serviço, prevendo-se que, em 2018, ultrapassará os 5 300; é uma empresa chave para manter e aumentar o nível das nossas exportações e constitui um inegável factor de credibilidade do nosso país no que toca à atracção do investimento estrangeiro, sem falarmos do contributo que dá para a formação e valorização profissional dos seus trabalhadores.
Por seu lado, o CINM com a sua Zona Franca Industrial, o Registo Internacional de Navios (MAR) e os seus Serviços Internacionais, gera mais de 2000 postos de trabalho, na sua maioria qualificados, coloca a Madeira na rota das inúmeras empresas que nele operam, sendo mais um factor de promoção da RAM no resto do país e no estrangeiro, de atracção de novos investimentos e de globalização da nossa frágil economia e dá um significativo contributo para as receitas da Região. O Registo Internacional de Navios (MAR), embora sediado na RAM, tem repercussão nacional, fazendo de Portugal detentor de um dos mais importantes registos de navios ao nível europeu, com as vantagens inerentes. É por tudo isto que me parece apropriado considerar o CINM (Zona Franca Industrial, MAR e Serviços Internacionais) a nossa “Autoeuropa”.
Pela sua reconhecida importância estratégica, quer do ponto de vista económico, mas também do ponto de vista político, não surpreende que ciclicamente se agitem as águas e surja quem queira dar cabo da Autoeuropa e, até com mais frequência, do CINM. Neste momento, a Autoeuropa está a braços com um grave problema de contestação interna por parte dos seus trabalhadores, orquestrada por um sindicato ligado à CGTP, que pode matar, para milhares de pessoas, a galinha dos ovos de ouro. O CINM, nomeadamente a sua Zona Franca, continua na mira de políticos irresponsáveis, afectos ao Bloco de Esquerda, e também da eurodeputada socialista Ana Gomes. A agitação na Autoeuropa tem sido fomentada pelo Partido Comunista, mais preocupado em ganhar votos nas próximas eleições autárquicas e em jogar forte na preparação do Orçamento do Estado para 2018, do que com a manutenção dos postos de trabalho na Autoeuropa e nas empresas que com esta contratam, com a sobrevivência de tais empresas, com o rombo que a deslocalização da Autoeuropa causaria nas nossas exportações e na economia do país. E perante esta ameaça, o governo central, tão interventivo em tudo quanto é privado, tem-se mantido, ao que parece, de braços cruzados.
No caso do CINM, a questão é sobretudo ideológica. O BE e a eurodeputada Ana Gomes, deturpando a realidade, num misto de ignorância e má fé, sempre consideraram a Madeira um paraíso fiscal, uma offshore, incluindo-a entre as demais que ilegitimamente existem por esse mundo fora. Aproveitando-se da sua ligação a organizações ou movimentos internacionais, o BE e Ana Gomes vêem nessa luta contra o CINM um nicho de notoriedade e não deixam a Madeira em sossego, causando graves danos ao funcionamento da nossa Zona Franca, prejudicando a sua imagem em Portugal e no estrangeiro e pondo mesmo em causa a sua sobrevivência no futuro.
Seria interessante saber o que é que pensam o Governo da República, em especial o seu chefe, e o Partido Socialista, sobre tudo isto? Como explicar que a guerra movida contra a Autoeuropa e contra o CINM seja levada a cabo sob a égide de dois partidos (+ o PS, que nada diz sobre a actuação da sua deputada Ana Gomes) que fazem parte da Geringonça e são suporte indispensável do governo de Portugal? Ter-se-ão esquecido da defesa do interesse nacional e da solidariedade devida à Região Autónoma da Madeira?